Em audiência pública no Senado, representantes do setor afirmaram que uma alíquota de 25% pode afetar futuras safras e o mercado de trabalho

Crédito da imagem: Agência Brasil
Enquanto o noticiário se divide entre os gastos de Lula e Janja no exterior e os arroubos do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, o texto da reforma tributária aprovado pela Câmara dos Deputados tem passado pelo escrutínio do Senado.
A exemplo de quase todos os setores da sociedade, a preocupação com o aumento da carga de impostos entrou na pauta de discussões entre congressistas e representantes do agronegócio.
O presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso), Fernando Cadore, não escondeu que o setor está temeroso sobre uma eventual maior carga tributária que comprometa o futuro de novas safras e do mercado de trabalho.
Durante participação na audiência pública promovida pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Cadore disse estar ciente de que a reforma já andou na Câmara. Porém, o dirigente destacou que será preciso “discutir muito mais” todos os pontos do texto, agora sob relatoria do senador Eduardo Braga (MDB-AM).
Alíquota do IVA permanece indefinida
Por sua vez, o presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso) alertou para a necessidade de que a alíquota a ser imposta ao agro seja 80% inferior ao IVA (Imposto sobre Valor Agregado).
Para Vilmondes Sebastião Tomain, mais impostos significam aumento “considerável” nos custos de produção, com destaque para os preços de fertilizantes e defensivos agrícolas.
Vale destacar ainda que a atual alíquota de impostos paga pelo setor do agronegócio é de 5%. Diversos nomes de peso do governo Lula e do próprio Congresso já especularam que o IVA passe a ser de 25% a 27%. Caso se confirme, os representantes do agro já apostam em uma forte perda de incentivos de sua cadeia produtiva.
Para Carlos Dias, estrategista-chefe do Rumo Econômico, o aumento ou a manutenção da carga tributária do setor vai gerar impactos significativos na produtividade. Segundo Carlos Dias, o momento é oportuno para a ampliação da discussão sobre a reforma do Estado brasileiro, pontuando especificamente a redução dos gastos do governo, a simplificação do sistema tributário e uma responsável reforma administrativa.
Na visão do estatregista-chefe do Rumo Econômico qualquer adiamento dessas temáticas terá como consequência o sequestro de recursos dos setores produtivos para o financiamento da máquina estatal.
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