Banco da Amazônia investe R$ 40 milhões em títulos de alto risco do Banco Master sem cobertura do FGC
- Núcleo de Notícias
- 4 de mai.
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Aquisição levanta dúvidas sobre responsabilidade e critérios de segurança na aplicação de recursos públicos

O Banco da Amazônia (Basa), instituição financeira controlada pelo Governo Federal, realizou em 2024 a compra de R$ 40 milhões em títulos emitidos pelo Banco Master, mesmo com alertas de risco do mercado e sem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A operação, considerada incomum para um banco estatal, ocorreu em duas etapas: R$ 25 milhões em abril e R$ 15 milhões em junho.
O mesmo Banco Master esteve envolvido em uma recente transação controversa, explicada em detalhes no artigo de Carlos Dias, publicado na plataforma do Instituto Democracia e Liberdade: Operação boi na linha: Banco Master e o grupo J&F
Os papéis adquiridos são letras financeiras de maior risco, emitidas por uma instituição com nota BBB da agência Fitch, classificação inferior ao grau de investimento geralmente aceito como seguro para operações desse tipo. A decisão do Basa surpreendeu o mercado, que espera, tradicionalmente, que bancos públicos priorizem aplicações mais conservadoras e amparadas por mecanismos de proteção ao investidor.
A controvérsia se aprofunda em razão do processo de venda parcial do Banco Master para o Banco Regional de Brasília (BRB), que demonstrou interesse apenas nos ativos saudáveis da instituição, o chamado “good bank”. A operação depende de aprovação do Banco Central, e até lá, permanece incerto quem será o responsável por honrar os papéis adquiridos pelo Banco da Amazônia. Dada a ausência de cobertura do FGC, todo o risco recai sobre o emissor — ou sobre possíveis negociações futuras entre as instituições envolvidas e os órgãos reguladores.
O episódio lança luz sobre a falta de rigor técnico na alocação de recursos, especialmente por parte de uma instituição estatal que deveria zelar pela segurança dos investimentos realizados. A exposição a ativos de risco elevado e sem respaldo do sistema de garantia coloca em dúvida os critérios e a governança por trás da decisão.
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