Boletim Focus: Mercado mantém perspectiva de inflação elevada e câmbio desvalorizado
- Núcleo de Notícias
- 14 de abr.
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Relatório do Banco Central mantém projeções do dólar e juros em 2025

O Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (14) pelo Banco Central trouxe poucas surpresas. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano subiu de 1,97% para 1,98%, refletindo um cenário de estagnação econômica, além de pressões inflacionárias e dos juros elevados.
A taxa básica de juros (Selic) para 2025 permanece estimada em 15% pela 14ª semana consecutiva, apontando para uma continuidade do ciclo de aperto monetário, que segue como principal ferramenta de controle da inflação. Para os anos seguintes, a expectativa é de uma queda gradual: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028.
No câmbio, o mercado manteve a projeção do dólar em R$ 5,90 para 2025. Para os anos seguintes, houve uma leve revisão para baixo: de R$ 5,99 para R$ 5,97 em 2026, de R$ 5,90 para R$ 5,89 em 2027, e de R$ 5,85 para R$ 5,84 em 2028. Os números revelam uma expectativa persistente de desvalorização da moeda brasileira nos próximos anos.
Em relação à inflação, a projeção para o IPCA de 2025 permaneceu em 5,65%, acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), o que reforça a dificuldade de trazer os índices inflacionários para patamares mais controlados. Para 2026, a previsão segue em 4,50%; para 2027, em 4,00%; e para 2028, houve leve aumento de 3,78% para 3,79%.
A inflação dos preços administrados dentro do IPCA também preocupa. A expectativa para 2025 está em 5,06%, subindo para 4,28% em 2026, 4,00% em 2027 e 3,94% em 2028. Já o IGP-M, outro índice importante para o setor produtivo, apresentou ligeiras correções: 5,07% para 2025, 4,52% para 2026, e 4% tanto para 2027 quanto para 2028.
Por fim, as projeções de crescimento do PIB para os anos seguintes são de 1,61% esperado para 2026, 2,00% para 2027 e 2,00% para 2028.
O cenário traçado pelo Focus demonstra uma economia ainda pressionada por desafios fiscais e estruturais, com juros elevados e inflação resistente. O cenário é delicado, diante da instabilidade política, das incertezas externas e da falta de reformas consistentes.
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