Brasil, um país de oportunistas.
- Carlos Dias
- 8 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
As pressões do sistema e das dinastias e oligarquias empresariais e financeiras

Embora esteja sendo dito largamente que não há corrupção no país e, isto é um fato em relação ao governo federal, entretanto, não significa que não existam tensões relevantes no ambiente público para manutenção de privilégios.
O governo federal tem resistido a pressões de arranjos econômicos poderosos que estão muito bem estruturados no sistema federativo. Continua a haver a tentativa de grupos oligopolistas em manter e ampliar subsídios resistindo à eficiência e à salutar competição de mercado.
No momento em que travamos uma feroz luta de bastidor para se avançar nas reformas estruturantes no campo da administração pública e na alteração positiva para o ambiente de livre concorrência dos negócios no Brasil, setores empresariais há décadas privilegiados, lutam para manter excepcionais e próprias condições e vantagens através de força legislativa.
Precisamos colocar as claras esse movimento que atua nos bastidores cujo objetivo central é o de continuar com modelos de sustentação das elites empresariais e financeiras, via subsídios governamentais, e, para a população mais necessitada, o sistema comum e permanente de dependência e manutenção através de programas de renda com bolsas assistenciais.
As bases de nosso subdesenvolvimento estão lastreadas nesse modelo econômico de privilégios. Membros das elites, que possuem capacidade e força de conhecimento e relação no Estado, operam seus interesses em detrimento do desenvolvimento aberto e livre do país. Controlam a economia, operam com recursos subsidiados fornecidos por bancos estatais e agências de fomento tendo acesso a mercados exclusivos como parceiros de empresas estatais.
As elites empresariais, financeiras e políticas capturaram o Estado brasileiro.
A concorrência predatória do Estado por financiamento é fator determinante para o baixo crescimento do país e para a real possibilidade de atração de investimentos privados. Nesse ambiente, o ciclo vicioso se instala levando ao crescimento descontrolado da dívida pública, juros altos, ampliação do déficit das contas públicas, inflação, alta carga tributária e baixo crescimento.
A sanha pela busca constante de recursos no mercado para financiar os desejos da máquina estatal, inviabiliza as chances de crédito para pequenos e médios empresários. Mesmo aqueles que, eventualmente, possuam garantias para as operações de manutenção ou expansão de suas atividades econômicas. A própria realidade do ambiente econômico torna inviável essas operações de crédito, pelo simples fato de suas atividades econômicas não terem taxas de retorno suficientes para suportar os juros cobrados nos prazos ofertados.
Eliminar esse debate sobre as razões do nosso subdesenvolvimento é viabilizar de forma sutil a manutenção da escravização de milhões de pessoas que trabalham para sustentar um Estado e financiar uma elite egoísta e criminosa mantendo o país e sua população reféns.
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