São Paulo lidera custo dos alimentos, enquanto poder de compra do trabalhador segue em queda

O preço da cesta básica de alimentos aumentou em 14 capitais brasileiras em fevereiro, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). As maiores altas foram registradas em Recife (+4,44%), João Pessoa (+2,55%), Natal (+2,28%) e Brasília (+2,15%).
Cidades mais caras
São Paulo se mantém como a capital onde a cesta básica tem o maior custo, chegando a R$ 860,53, seguida por Rio de Janeiro (R$ 814,90), Florianópolis (R$ 807,71) e Campo Grande (R$ 773,95).
Na comparação anual, 14 capitais apresentaram aumento no valor da cesta básica, com destaque para Fortaleza (+13,22%).
Poder de compra do trabalhador segue em queda
Mesmo com o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518, o valor segue insuficiente para atender às necessidades básicas de uma família de quatro pessoas. Segundo o Dieese, o mínimo necessário para cobrir o custo de vida deveria ser de R$ 7.229,32, ou seja, 4,76 vezes o piso atual.
Além disso, um trabalhador que recebe o salário mínimo líquido, já descontado o INSS, comprometeu em média 51,46% da sua renda apenas com a cesta básica.
O tempo médio de trabalho necessário para comprar os alimentos subiu para 104 horas e 43 minutos em fevereiro, acima das 103 horas e 34 minutos de janeiro. Apesar do aumento mensal, o tempo ainda é menor do que o registrado em fevereiro de 2024 (107 horas e 38 minutos).
Os números reforçam a erosão do poder de compra do trabalhador, agravada pelo avanço da inflação dos alimentos, tornando o custo de vida cada vez mais pesado para os brasileiros.
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