Postura do presidente brasileiro reflete apoio controverso à ditadura do país vizinho

O embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, regressou a Brasília na última quarta-feira (13), após ter sido chamado para consultas por Nicolás Maduro em outubro. O retorno ocorre em meio a declarações elogiosas de Maduro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, recentemente, endossou decisões do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, controlado pelo regime.
Vadell anunciou seu retorno em um vídeo gravado no Ministério das Relações Exteriores venezuelano, publicado na plataforma X. Além de reafirmar o fortalecimento dos laços com o Brasil, o embaixador destacou que trazia consigo passaportes de venezuelanos residentes em território brasileiro.
O retorno de Vadell é mais uma etapa na reaproximação entre os governos de Lula e Maduro. O ditador venezuelano, que enfrenta acusações de violações de direitos humanos e desrespeito aos princípios democráticos, exaltou a declaração de Lula, classificando-a como uma "reflexão sábia". Na ocasião, o presidente brasileiro afirmou que decisões da Suprema Corte da Venezuela, incluindo a controversa validação das eleições de 28 de julho, não deveriam ser questionadas, afirmando também que “Não quer que nenhum país questione sua Suprema Corte”.
O gesto de Lula, porém, contraria as expectativas do povo brasileiro e a posição de diversas democracias globais, que condenam a legitimidade do processo eleitoral venezuelano. Reconhecer o regime chavista como vencedor em uma eleição amplamente criticada coloca o Brasil em desacordo com esforços internacionais para isolar ditaduras na América Latina.
A Suprema Corte da Venezuela, completamente subordinada a Maduro, tem sido um instrumento de repressão e manutenção do poder ditatorial, enquanto o país enfrenta uma das piores crises humanitárias de sua história.
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