EUA e China firmam acordo para aliviar tensões econômicas
- Núcleo de Notícias
- 12 de mai.
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Washington e Pequim reduzem tarifas e criam canal permanente de diálogo comercial

Estados Unidos e China anunciaram nesta segunda-feira (12) um acordo significativo voltado para a redução das tensões comerciais que vinham se agravando desde abril. O pacto inclui a suspensão parcial das tarifas impostas recentemente entre os dois países e a criação de um canal permanente de consulta bilateral, voltado não apenas a questões econômicas, mas também a problemas geopolíticos mais amplos.
Conforme comunicado conjunto emitido após negociações realizadas em Genebra, a China se comprometeu a reduzir, nos próximos 90 dias, suas tarifas sobre produtos americanos de 125% para 10%. Em contrapartida, os Estados Unidos diminuirão suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%. Trata-se da primeira redução mútua desde o início da escalada tarifária neste ano, sinalizando uma mudança significativa de postura.
Além do alívio nas tarifas, foi estabelecido um novo mecanismo de diálogo permanente, que será coordenado pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng; pelo secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent; e pelo representante comercial norte-americano, Jamieson Greer. A criação desse canal institucional de comunicação é vista como um passo fundamental para conter futuras disputas comerciais.
Durante as reuniões, também foi abordada pela primeira vez, de forma direta, a epidemia de fentanil que assola os Estados Unidos. Segundo Jamieson Greer, a China demonstrou um “comprometimento surpreendente” em compreender e colaborar na contenção do problema, especialmente no que diz respeito ao controle da produção e exportação dos insumos químicos utilizados na droga. O gesto foi interpretado por Washington como um sinal de avanço nas relações bilaterais.
Scott Bessent, por sua vez, destacou a “atmosfera de respeito mútuo” e a disposição do governo chinês em avançar com um diálogo construtivo. “Esse novo mecanismo de consulta vai evitar uma repetição das agressivas escaladas comerciais que vimos nos últimos meses”, afirmou. Para ambos os lados, o acordo representa um esforço consciente para reconstruir pontes diplomáticas e comerciais, em um momento de tensões globais crescentes.
O acordo surge como uma trégua após semanas de hostilidades tarifárias que chegaram a níveis recordes, afetando cadeias de suprimento e mercados globais. Ainda que parcial, a redução das tarifas e a abertura para negociações permanentes são vistas por analistas como o gesto mais concreto de distensão entre Washington e Pequim desde o início da nova fase da guerra comercial.
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