Déficit foi puxado por saídas no setor financeiro e na balança comercial

O Brasil acumulou um fluxo cambial negativo de US$ 7,953 bilhões em janeiro até o dia 24, segundo dados preliminares divulgados nesta quarta-feira (29) pelo Banco Central. A saída de dólares ocorreu tanto pelo canal financeiro quanto pelo comercial.
No setor financeiro, que inclui investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, houve uma retirada líquida de US$ 3,942 bilhões no período. Já o canal comercial, responsável por transações ligadas à importação e exportação, apresentou um saldo negativo de US$ 4,012 bilhões.
A principal razão para essa fuga de capitais está na crescente desconfiança do investidor estrangeiro em relação à condução econômica do governo Lula. O Executivo tem demonstrado incapacidade de controlar as contas públicas, adotando medidas fiscais expansionistas e ampliando gastos sem apresentar contrapartidas de ajuste. A falta de um compromisso claro com o equilíbrio fiscal tem pressionado o mercado financeiro e levado investidores a buscar destinos mais seguros para o capital.
Além disso, o cenário global de juros elevados nas economias centrais, especialmente nos Estados Unidos, torna os ativos brasileiros menos atrativos, agravando o movimento de saída de dólares. A ausência de reformas estruturantes e o constante ataque do governo ao setor produtivo, com propostas como a taxação do agronegócio e novas intervenções estatais, também contribuem para o pessimismo do mercado.
Somente na semana entre os dias 20 e 24 de janeiro, o fluxo cambial total ficou deficitário em US$ 4,149 bilhões, ampliando a tendência de saída de capital. Caso o governo não reverta essa percepção negativa com um plano econômico mais responsável, a pressão sobre o câmbio e a inflação pode se intensificar nos próximos meses.
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