Pressionar o contribuinte para crescimento da arrecadação

Em recente evento promovido pelo banco BTB Pactual onde autoridades públicas e relevantes players do mercado financeiro debateram temas centrais para economia brasileira, ficou claro que o governo do PT quer fazer o ajuste fiscal via pressão de crescimento da arrecadação.
A ideia do ministro da Fazenda e seus companheiros de governo é a de tentar reduzir, por ações políticas a taxa básica de juros, para ampliar as operações de crédito e forjar um ambiente de avanço econômico.
Temas importantes como reforma tributária, administrativa, dívida pública, contas governamentais e corte de despesas, foram negligenciados. A preocupação do governo central é pressionar a “opinião pública”, através de sua mídia controlada, para desgastar ao máximo a imagem do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Há, inclusive, em elaboração, um Requerimento de Convocação do presidente do BC para prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados.
Toda essa pressão deve desencadear na tentativa de revisar a meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional que se reúne nesta quinta-feira (16). Alguns poucos gestores demonstraram o interesse de que haja tal revisão, classificando a atual meta de inflação ambiciosa demais. Entretanto, a reação majoritária de outros gestores foi na direção oposta à revisão da meta de inflação pelo CMN.
Na visão de analistas renomados, o aumento da meta de inflação, ocorrendo não de medida técnica, pode abalar a credibilidade do Banco Central e a confiança na economia brasileira. A discussão salutar seria, segundo esses analistas, sobre uma política fiscal confiável e a garantia do controle e dos limites de gastos do governo federal.
A tentativa do ministro da Fazenda em provocar uma redução artificial da Selic terá como consequências a perda da âncora fiscal e monetária ao mesmo tempo, colocando em xeque a sustentabilidade da dívida.
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