Banco do Brasil enfrenta alta inadimplência em carteira rural, mas impacto está concentrado na soja no Centro-Oeste, segundo Tarciana Medeiros
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, comentou nesta quinta-feira (13) sobre a alta na inadimplência rural registrada no terceiro trimestre de 2024. Em uma videoconferência com analistas após a divulgação do balanço financeiro do banco, Taciana Medeiros afirmou que a piora é localizada e não representa uma crise generalizada no setor do agronegócio. Segundo a executiva, o aumento nas provisões para crédito de liquidação duvidosa, que cresceram 34,2% em relação ao ano anterior, está fortemente ligado ao setor de soja na região Centro-Oeste, um dos principais polos agrícolas do país.
Apesar da elevação do índice de inadimplência acima de 90 dias para 1,97%, comparado a 0,71% no ano anterior, a presidente do BB enfatizou que esse cenário não reflete uma crise sistêmica no agronegócio brasileiro. No entanto, ela destacou uma nova tendência preocupante: o aumento dos pedidos de recuperação judicial por parte de produtores rurais. Embora ainda representem uma parcela pequena nos resultados, Medeiros advertiu sobre os efeitos negativos desse recurso no setor. “A recuperação judicial do produtor rural inviabiliza o acesso ao crédito, compromete a confiança na cadeia do agro, cria uma ruptura econômica para trabalhadores no campo e eleva o custo para todo o segmento,” explicou a presidente.
O Banco do Brasil reforçou suas provisões para enfrentar os riscos crescentes associados à inadimplência no setor agro, particularmente devido ao impacto que essa situação pode ter na sustentabilidade do crédito agrícola a longo prazo.
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