Banco acusa Alexsandro Broedel de gestão fraudulenta e contratos em benefício próprio

O Itaú Unibanco está planejando uma ação civil contra seu ex-diretor financeiro, Alexsandro Broedel, e seu sócio, Eliseu Martins, após acusações de graves irregularidades em contratos de pareceres técnicos. Segundo a instituição, Broedel teria aprovado pagamentos a empresas de seu sócio, violando políticas internas e ocultando conflitos de interesse, o que resultaria em danos financeiros ao banco.
As acusações constam de uma ata da Assembleia Geral Extraordinária do Itaú, publicada no último sábado (7). De acordo com a apuração interna, os contratos realizados entre 2019 e 2024 somaram R$ 13,26 milhões, sendo que parte dos pareceres contratados não foi entregue ou sequer localizada.
Principais alegações do Itaú
O banco alega que Broedel teria recebido transferências suspeitas de até 40% dos valores pagos à empresa Care, pertencente a Eliseu Martins e seus filhos, além de outra companhia, a Evam. No total, R$ 4,86 milhões foram transferidos dessas empresas para Broedel e sua consultoria. O Itaú também afirma que quatro pareceres foram pagos antecipadamente e não localizou 20 dos 40 relatórios contratados.
Para evitar a prescrição de eventuais irregularidades, o Itaú protocolou um protesto interruptivo de prescrição e solicitou a anulação das contas de Broedel entre 2021 e 2023. A indenização total pedida deve ultrapassar R$ 11 milhões, correspondendo aos serviços não entregues e aos valores que teriam sido transferidos irregularmente.
Resposta de Alexsandro Broedel
Em nota, Broedel classificou as acusações como "infundadas e sem sentido", defendendo que os serviços contratados eram conhecidos e requisitados por diversas áreas do banco. Ele também destacou que a Care já era fornecedora do Itaú há décadas sem registros prévios de irregularidades.
Broedel questionou a motivação das acusações, levantadas após sua saída para assumir um cargo executivo no Santander, na Espanha. Ele afirmou que os valores recebidos de empresas de Martins eram transferências legítimas entre sócios e prometeu adotar medidas judiciais para proteger sua reputação.
Implicações futuras
A ação do Itaú, prevista para janeiro de 2025, será acompanhada de perícias para apurar a extensão das supostas irregularidades. O caso promete ser longo e complexo, envolvendo questões como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta e associação criminosa.
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