Segundo jornal, o petista agiu em tempo para que o FMI pudesse emprestar mais US$ 7,5 bilhões e evitar que o país ficasse sem reservas

Crédito da imagem: Tania Rego/Agência Brasil/EBC
Desde o Dia 1 do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), as intenções de prestar socorro ao governo de Alberto Fernández têm sido escancaradas. Até mesmo antes do resultado do segundo ser divulgado, o presidente argentino fez questão de embarcar rumo ao Brasil para felicitar o retorno da esquerda ao poder.
Por trás do companheirismo do país vizinho, entretanto, há muito mais em jogo. Além de se comprometer com financiamentos via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) - a começar pelo gasoduto Nestor Kirchner - a atual gestão argentina corre contra o tempo para conseguir capital de giro para tentar sobreviver no poder por mais 4 anos.
A novidade por trás da campanha de Lula para que o ministro Sergio Massa derrote a direita, representada por Javier Milei, foi divulgada pelo Estado de S. Paulo, que se apressou em escolher um lado, ao definir Milei como uma “versão piorada de Bolsonaro”.
Vale tudo para derrotar a direita

Javier Milei em campanha - Agência Brasil/EBC
Segundo a reportagem, Lula correu contra o tempo para autorizar o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) a emprestar US$ 1 bilhão para dar sobreviva a já falida economia da Argentina, que definha com 40% da população em estado de miséria e hiperinflação. O Brasil tem grande poder de decisão, contando hoje com 37,3% do capital do CAF, que atua como instituição financeira de fomento. O governo Lula, por meio da ministra do Planejamento, Simone Tebet (responsável pelas decisões do Brasil no CAF), negou ter interferido.
Na prática, o US$ 1 bi liberado pelo CAF não entrou na conta do perdulário governo de Alberto Fernández, mas foi transferido diretamente para o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Os recursos foram absorvidos pela instituição, que imediatamente concedeu US$ 7,5 bilhões (uma das parcelas de US$ 44 bi prometidos), condicionados à Argentina sob uma série de medidas fiscais que o país dificilmente deve cumprir.
Medidas ultra populistas
Se a mídia em geral têm avaliado Javier Milei como populista, cabe a reflexão sobre o conjunto da obra Argentina desde o início de mandato de Alberto Fernández na Casa Rosada.
Durante a pandemia, o mandatário comandou um dos mais longos lockdowns do planeta, enquanto mantinha os cidadãos em casa ao custo das reservas nacionais. Para tentar reverter a decadente economia, o presidente aprovou regras como a do corte de exportações de carne, um dos carros-chefe de sua economia. A intenção de baixar os preços culminou com a falta do produto.
Mais recentemente, já com Sergio Massa no ministério da Economia, o governo tem aplicado golpes de Vale-Tudo para tentar se manter no poder. Uma das regras de caráter ultra populista alterou a cobrança do Imposto de Renda, que agora só abrange uma ínfima parcela de super ricos da Argentina
O primeiro turno das Eleições Gerais da Argentina acontece em 22 de outubro.
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