Presidente critica mercado e exalta intervenção estatal como solução para desigualdades

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a adotar uma postura crítica ao mercado financeiro e ao que chama de "neoliberalismo", durante o encerramento do G20 Social no sábado (16). Em discurso, Lula afirmou que os governos devem romper com a "dissonância entre a voz do mercado e a voz das ruas", argumentando que a abordagem neoliberal intensificou desigualdades econômicas e políticas, comprometendo as democracias.
Criado sob a liderança do Brasil na presidência rotativa do G20, o G20 Social busca dar protagonismo aos movimentos sociais. Lula incentivou que esses grupos mantenham suas atividades mesmo após o fim de sua gestão na organização, evitando que o projeto perca relevância, como ocorreu com o Fórum Social Mundial.
Promessas vagas e discursos genéricos
Lula defendeu que o G20 discuta pautas como a redução do custo de vida e jornadas de trabalho mais curtas. Ele também pediu "compromisso com a paz", atenção às demandas da juventude e proteção ao "espaço público de debates" contra o extremismo.
As propostas carecem de detalhamento ou alinhamento com a realidade fiscal do Brasil. Em meio a uma crise econômica agravada por gastos públicos elevados, o discurso do presidente soa como mais um capítulo de retórica política desconectada da responsabilidade fiscal necessária para estabilizar a economia.
Compromissos futuros e críticas ao mercado
Lula prometeu levar as propostas do G20 Social para a cúpula principal do G20 e colaborar com a presidência sul-africana do grupo em 2025. No entanto, o histórico do governo petista em priorizar agendas ideológicas em detrimento de ajustes econômicos lança dúvidas sobre a viabilidade dessas promessas.
Ao adotar um discurso que opõe "mercado" e "povo", Lula reforça uma narrativa que desconsidera a importância do equilíbrio fiscal para a construção de políticas públicas sustentáveis e eficazes.
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