Estagnação da taxa é decisão mais provável do Banco Central, mesmo em meio à crise bancária

Análises e previsões estão a todo o vapor nos últimos dias, dentro e fora do Brasil. Em terras tupiniquins, a aposta da maior parte dos especialistas é que em meio ao caos e enorme instabilidade no setor bancário das últimas semanas, o Banco Central deverá anunciar a manutenção da taxa de juros em 13,75% na próxima reunião, que ocorrerá na quarta-feira (22). O anúncio ocorrerá na mesma data em que Federal Reserve publicará também a sua taxa de juros.
Um aspecto interessante das análises é a divergência de expectativas quanto ao momento em que a Selic poderá começar a retroceder. Todos apostam ainda em um período de instabilidade nas próximas semanas, entretanto, de acordo com a resposta do mercado aos desdobramentos da falência dos dois bancos americanos e a imprevisibilidade a respeito do socorro ao Credit Suisse, a taxa pode recuar a partir da segunda reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
Essa é a análise de Fabio Terra, professor de economia na Universidade Federal do ABC que declarou: “Acho que mudar o juro agora o BC não vai bancar. Na minha visão, já existem condições para isso, mas como a comunicação da última reunião foi muito enfática sobre não mexer nos juros agora, acho que o Copom somente vai inserir no balanço de riscos uma possibilidade de queda antes do que era previsto”.
Ao final de 12 meses concluídos em fevereiro o IBGE indicou que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) encontra-se em 5,6%, número superior à meta de 3,25% estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), cuja tolerância é de apenas 1,5 ponto percentual. Para Antonio van Moorsel, estrategista-chefe da Acqua Vero, o BC aguarda um cenário mais previsível para poder se posicionar por diminuição da taxa nos próximos meses e apontou algumas questões que estão na balança, “A última leitura do IPCA registrou aceleração da inflação e deterioração da composição mostrando uma alta de preços mais resiliente”.
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