Representantes da Petrobras estiveram em Maracaibo, importante região para exploração de petróleo

Lula e Jean Paul Prates na Abreu e Lima: calote bilionário - Agência Brasil/EBC
Na semana mais tumultuada de sua história recente, a Petrobras assustou seus investidores com notícias que remeteram a um passado envolto a escândalos de corrupção.
A primeira informação que desagradou seus acionistas foi a de que a empresa pagaria menos dividendos “por atravessar um período de transição energética”. Outra medida de impacto foi a divulgação do balanço de 2023, com queda de 33,8% no comparativo a 2022.
Depois da série de notícias negativas, a Petrobras confirmou ter pousado na Venezuela a convite do ditador Nicolás Maduro para avaliar uma “futura colaboração”. Sem divulgar especificamente os detalhes da missão em solo venezuelano, a estatal apenas confirmou ter enviado especialistas para analisar a região do Lago Maracaibo, considerada fundamental para a produção de petróleo.
Participaram da comitiva, executivos e técnicos da área de exploração em terra e águas rasas, além de especialistas do setor de refino.
Além da Petrobras, o ministro do Petróleo da Venezuela, Pedro Tellechea confirmou ter consultado outras petrolíferas internacionais para futuras parcerias com a estatal PDVSA. São elas: a argelina Sonatrach, a boliviana YPFB e a Petroleos Mexicanos.
Venezuela acumula dívida bilionária com o Brasil
A Venezuela ainda não quitou cerca de US$ 2,5 bilhões em dívidas com bancos de fomento brasileiros. A maior parte do débito (cerca de US$ 2 bilhões) foi contraído com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) nas gestões de Fernando Henrique, Lula e Dilma Rousseff.
Além de não quitar dívidas, a Venezuela simplesmente abandonou o principal projeto colaborativo na área de petróleo com o governo Lula I: a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O total das obras (iniciadas em 2005) ficou em mais de US$ 20 bilhões – US$ 18 bi acima do anunciado, mesmo sem operar em sua total capacidade.
Em janeiro deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu retomar os investimentos em Abreu e Lima, como parte das ações do Novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).
“A Venezuela tem um petróleo muito pesado”, afirmou Lula. “A gente teria de fazer quase duas refinarias: a nossa e um reparador para afinar o petróleo deles. Então, fizemos sozinhos. Na nossa refinaria, a gente vai fazer com nossos erros e nossos acertos. (..) A verdade é que a Venezuela nunca colocou um centavo aqui”, admitiu.
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