Distrito de Ramenskoye, em Moscou, sofre graves danos
Foto: Maxim Shemetov/Reuters
A Rússia enfrentou um dos maiores ataques de drones ucranianos desde o início da invasão em 2022, com Moscou e regiões estratégicas próximas sendo severamente afetadas nas primeiras horas do dia 10 de setembro. Autoridades russas confirmaram a morte de uma pessoa e danos significativos em áreas-chave, alimentando ainda mais as tensões entre os dois países.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, 144 drones de asa fixa foram lançados pela Ucrânia, sendo que 20 deles foram direcionados especificamente para Moscou. Apesar dos sistemas de defesa aérea russos terem conseguido abater a maioria dos aparelhos, vários drones ultrapassaram as barreiras e causaram destruição em prédios militares, governamentais e residenciais, especialmente no distrito de Ramenskoye.
O distrito de Ramenskoye, ao sul de Moscou, foi um dos locais mais afetados, com um grande incêndio destruindo vários prédios. Edifícios militares e governamentais, além de moradias, sofreram graves danos. O governador regional, Andrei Vorobyov, confirmou a morte de uma mulher de 46 anos e relatou que outras três pessoas ficaram feridas.
Imagens capturadas por moradores locais mostram um prédio de vários andares em chamas, enquanto colunas de fumaça se elevavam pelo céu. Um dos residentes, Alexander Li, descreveu a cena de caos: “Olhei pela janela e vi uma bola de fogo. A onda de choque estourou as janelas.”
As autoridades russas evacuaram rapidamente os residentes da área e os abrigaram em instalações temporárias para garantir sua segurança. Como precaução adicional, três aeroportos de Moscou interromperam temporariamente suas atividades, redirecionando voos até que a situação fosse controlada.
Além da capital, os drones ucranianos foram interceptados em outras regiões da Rússia ocidental, incluindo Bryansk, Kursk, Belgorod, Kaluga e Voronezh. Em Tula, destroços atingiram uma instalação de energia, embora as autoridades locais tenham informado que não houve danos maiores nessas áreas.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, condenou duramente o ataque, classificando-o como uma retaliação desesperada por parte do governo ucraniano. “Quanto mais o regime de Kiev se enfraquece no campo de batalha, mais recorre a atos terroristas", afirmou Zakharova em uma coletiva de imprensa, referindo-se à crescente pressão militar sobre as forças ucranianas.
A Ucrânia não se manifestou oficialmente sobre o ataque mais recente, mas os ataques com drones têm sido uma estratégia frequente de Kiev em retaliação à invasão russa. No início de setembro, uma grande ofensiva ucraniana com mais de 150 drones visou alvos russos, indicando uma escalada significativa na tática de guerra ucraniana.
O ataque de 10 de setembro ocorre em um momento crítico do conflito, com a Rússia alegando avanços no leste da Ucrânia, especialmente na região de Donetsk. As tropas russas afirmam ter obtido controle sobre áreas estratégicas, incluindo a cidade de Pokrovsk.
Apesar dos desafios, a Ucrânia, com o apoio militar e financeiro das potências ocidentais, continua resistindo à ocupação russa e promete recuperar as áreas ocupadas. Em uma reunião recente na Alemanha, o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, destacou a capacidade ucraniana de atacar alvos em solo russo. “A Ucrânia tem ampla capacidade para atingir esses alvos”, afirmou, sem fornecer detalhes sobre as operações específicas.
O cenário indica que, embora a Rússia tenha sido afetada pelos recentes ataques, o conflito entre as duas nações segue em uma escalada, com ambos os lados buscando ganhos estratégicos.
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