Após denunciar a pressa para aprovar as regras da reforma, o deputado Marcel Van Hattem expôs o discurso incoerente de Lula

A guerra de narrativas encabeçada pelo presidente da república chegou ao seu ápice, segundos antes de os deputados pressionarem o botão para decidir sobre o Projeto de Lei Complementar 68/24 - texto criado para definir a alíquota de taxação da reforma tributária
Na reta final dessa campanha cheia de demagogia - turbinada pela injeção de recursos das Emendas Pix - Lula ainda ganharia o reforço do presidente da Casa, que decidiu rebater as críticas sobre a velocidade em que tão crucial matéria tramitou sob sua condução.
“Como falar de velocidade, de rapidez na votação de uma reforma tributária que é esperada pela nação há mais de 50 anos”, reclamou Arthur Lira (PP-AL), enquanto contava o dinheiro repassado pelo chefe do executivo em pleno ano eleitoral.
De fato, a tese de que o complexo arcabouço de regras que tornará o imposto sobre consumo um dos maiores (senão, o maior) do mundo não havia sido atropelado em seu trâmite Câmara foi desmascarada momentos da reta final pelo deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que trouxe os argumentos necessários contra a tese de Lira.
“A trinta segundos de abrir o painel de votação, um novo texto da reforma tributária foi protocolado”, denunciou Van Hattem.
“Aberta a votação, quase nenhum deputado sabia o que estava votando. Nem eu. Votei contra. Mesmo assim, o texto desconhecido foi aprovado. Salsichas e leis”, ironizou o parlamentar.
Van Hattem expõe o “impostozinho” do Lula
Mais tarde, já durante a fase de “orientação da bancada” (quando os partidos definiram como votarão as emendas do projeto de lei complementar), Marcel Van Hattem decidiu reforçar sua tese sobre o descaso - segundo ele - a respeito das novas regras para Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e Imposto Seletivo (IS). Além disso, o deputado gaúcho escancarou a incoerência do governo Lula na hora de votar a favor da inclusão de carnes e peixes entre os beneficiados pela alíquota zero.
“Presidente (Arthur Lira), o governo diz que apoia com convicção a emenda (de alíquota zero para carnes)”, apontou Van Hattem,
“Ora, Lula disse há poucos dias, dia 2 de julho, na semana passada, o seguinte: “carne chique pode pagar um impostozinho (sic). Ele quem falou que ia ter picanha para o povo. Agora, que ele viu que ia ficar feio e sabia que ia perder, mudou de opinião (...) Lula não defende o pobre. Quem conseguiu colocar a carne na cesta básica foi a oposição”, ratificou.
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