Relação dúbia e cheia de interesses culminou em aprovação do PLP na noite desta terça-feira (23)

O PLP 93/2023, o texto-base do arcabouço fiscal do governo Lula, foi aprovado na Câmara dos deputados nesta terça-feira (23) por 372 votos a favor contra 108 contra e 1 abstenção. O projeto precisava de apenas 257 votos, mas recebeu 115 a mais, e pode-se com segurança afirmar que o apoio do presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL) foi imprescindível para a aprovação da proposta.
A relação entre Lira e o presidente Lula (PT) nunca foi das mais amigáveis, até o final do ano passado (2022), após as eleições de outubro, quando deixando as críticas e provocações do petista de lado, Lira foi um dos primeiros a parabenizar o recém declarado eleito presidente da República, e iniciou uma aproximação que já em novembro culminou na aprovação da PEC da Transição, que deu um “respiro” financeiro ao turbulento início de governo do petista.
Após a sinalização de apoio demonstrada pelo presidente da Câmara, o PT e seus aliados deram uma trégua nas críticas e perceberam a urgência em manter por perto o apoio do presidente da Câmara que foi, com seu apoio, mantido no cargo. As críticas de ambas as partes continuaram, entretanto ficou claro que sem o apoio do centro fisiológico do parlamento, sobre o qual Lira exerce forte influência, não seria possível aprovar os principais projetos do governo.
A votação de ontem aponta para um reflexo do que parece ser uma troca de favores pontuais que beneficiem os interesses de ambos os lados, e que devem permanecer como o modus operandi neste governo. A proposta agora segue para votação no Senado Federal e, caso aprovado, para a sanção presidencial. Os destaques devem ser votados ainda hoje (24) no Congresso.
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