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A farsa do golpe


O papel compartilhado do GSI, "black blocks" e extremistas de esquerda com os depredadores, no dia 8 de janeiro, foi cuidadosamente abrandado nas investigações, para não desfigurar a narrativa construída sobre uma meia verdade. A farsa do golpe foi tramada para justificar o estado de exceção em que nos encontramos e legitimar, perante a opinião pública, o resultado de um processo eleitoral suspeito. Contou com a cumplicidade da mídia clientelista e a orquestração em rede de fofocas da Web, ao modelo do sistema "Mynd8".


É visível a degradação das instituições brasileiras pelo aparelhamento sistemático, ao ponto de validarem as indicações do advogado pessoal de um presidente condenado e de um militante político confesso para integrar o STF, uma corte que se auto investiu de isenção e transcendência para investigar, acusar e julgar qualquer cidadão em última instância.


O Exército Brasileiro é a instituição garante do Estado e não pode envolver-se em arranjos políticos. A letra da sua canção, escrita pelo TC Alberto Augusto Martins, em 1916, traduz o arquétipo do ideário patriótico intuído pelos jovens turcos no seu regresso ao Brasil: "Nós somos da pátria a guarda, fieis soldados, por ela amados. Em nosso valor se encerra toda a esperança que o povo alcança". Quando se perde o valor moral, esvai-se a esperança popular e grassa a lassidão.


O patriotismo do soldado, expresso no compromisso à Bandeira Nacional, é um valor imutável que alimenta o moral e não pode ser recalcado pelas circunstâncias. É a renúncia ao interesse particular em favor da Pátria, cuja honra, integridade e instituições juramos defender com o sacrifício da própria vida.


A alma da tropa é a sua dimensão moral. O que multiplica o poder de combate e liderança e motivação. Tropa sem alma e arma sem munição. Dizia o manual C 20-10 que disciplina, moral e espírito de corpo são os indícios da presença de liderança. Ao submeter o ideário sublime de serviço à Pátria a interesses transitórios, a Instituição converte-se em milícia pretoriana de políticos oportunistas, farsantes e corruptos.


O comando do Exército, dispondo dos instrumentos que constituem os olhos e ouvidos da Instituição, não tem o direito de alienar-se da maquinação ainda em curso que usurpou o poder. A presença do comandante em sessão política que enaltece a farsa avaliza a encenação, avilta a farda e rompe o vínculo de lealdade que mantêm unidas as gerações de chefes militares.


O tempo mudou o contexto, mas não o espírito: "A paz queremos com fervor. A guerra só nos causa dor. Porém, se a Pátria amada neste dia é ultrajada, despertemos sem temor".

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