A História Contra-ataca
- Núcleo de Notícias
- 12 de nov. de 2023
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Durante o final da década de 90, Francis Fukuyama proclamou o fim da história, na esperança de que a humanidade deixasse de ser movida por paixões e ideologias. O período que vivemos prova por contradição sua tese.
Não apenas a população tem-se mostrado mais passional, com opiniões cada vez mais polarizadas, como os estados nacionais parecem ter abandonado o consenso de Washington e os benefícios da globalização em nome da soberania e preservação da identidade cultural. Pedro, o Grande, é citado como justificativa para a invasão ucraniana, enquanto manifestantes ao redor do mundo tomam as ruas em apoio ao ato terrorista do Hamas e defendendo um estado palestino.
O fim da história, na verdade, parece-se mais com seu renascimento. Onde diversos candidatos se espelham em figuras importantes da história para tentar cravar seu lugar nela. Putin seria o autoritarismo de Stalin com a estética dos Czares. Enquanto Xi já convenceu o próprio partido que é o novo Mao. Desta movimentação de placas tectônicas, diversos países, incapazes de lidar com as próprias falhas e julgando terem sido enganados por não ter lugar à mesa global, se aliam num terceiro mundismo capitaneado pela China, candidata a segundo mundo.
A impetuosidade dos novos líderes se contrapõe ao establishment ocidental - mais preocupado em se adequar às mais novas diretrizes do politicamente correto do que defender sua posição de poder. Assim como na Guerra Fria, as batalhas serão travadas tanto no imaginário popular, quanto nos campos de batalha.
O novo conflito no Oriente Médio obriga o velho continente a se confrontar com as consequências de suas políticas imigratórias lenientes. Do outro lado do Atlântico, os Estados Unidos sofrem uma carência de liderança. O Estado americano funciona e defende sua hegemonia sozinho, mas sem um líder carismático, sua população se sente perdida.
Resta saber se, no renascer da História com “H” maiúsculo, veremos também o retorno de figuras de liderança, que um dia já foram como Sir Winston Churchill ou Ronald Reagan. Líderes com capacidade de guiar o mundo livre em uma nova era de perigos e desafios. Desta vez, o renascimento da história pode ter um final diferente.
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