top of page

Armadilha no campo: a soberania brasileira ameaçada pela dependência chinesa no agronegócio

Foto do escritor: Carlos DiasCarlos Dias

A suspensão dos recursos do Plano Safra, ostensivamente justificada por contingências orçamentárias, configura uma manobra de desestabilização controlada do setor agropecuário, com repercussões que transcendem a esfera econômica e adentram o campo da segurança nacional. A decisão, ao precarizar a produção de alimentos e a capacidade de resposta do setor, eleva o grau de vulnerabilidade do país a pressões externas e a cenários de instabilidade interna.


A fragilidade fiscal do Estado brasileiro, exacerbada por uma política de endividamento crônico, cria uma janela de oportunidade para a atuação de atores exógenos, com interesses nem sempre convergentes com os objetivos nacionais. A insistência em alienar áreas degradadas, com o objetivo de atrair investimentos chineses, representa um vetor de risco, que pode comprometer a integridade territorial e a autonomia decisória do país.


A China, já consolidada como um player dominante nos setores de infraestrutura logística, energética e mineração do Brasil, busca expandir sua influência para o setor agropecuário, visando garantir o acesso a recursos estratégicos e o controle sobre a cadeia de produção de alimentos. Essa estratégia, tem sido praticada pela China em diversos países subdesenvolvidos. Ao Brasil, cabe, então, uma análise objetiva do perigo e a consequente contenção dos fortes riscos envolvidos.


A dependência excessiva do capital chinês, em um contexto de fragilidade fiscal e de crescente endividamento, pode se transformar em uma armadilha de longo prazo, com o país refém de decisões unilaterais e sujeito a pressões políticas e econômicas. A alienação de terras para investidores chineses, em particular, representa uma ameaça à soberania nacional, com o risco de controle do território e da produção de alimentos por um ator externo.


A análise de inteligência estratégica demanda a identificação de sinais de alerta e a avaliação de cenários prospectivos. A suspensão do Plano Safra, a insistência em alienação de ativos naturais e a crescente influência chinesa no setor agropecuário configuram um conjunto de indicadores que exigem uma resposta coordenada e assertiva do Estado brasileiro. É preciso fortalecer a capacidade de monitoramento e fiscalização das atividades estrangeiras no país, garantir a proteção dos interesses nacionais e promover o desenvolvimento de uma estratégia de longo prazo para o setor agropecuário, que priorize a autonomia, a segurança alimentar e a sustentabilidade.


A defesa da soberania nacional exige uma abordagem ampla, que envolva a diplomacia, a inteligência, a defesa e a economia. É preciso fortalecer a capacidade de negociação do Brasil, diversificar os mercados de exportação, investir em tecnologia e inovação e promover a integração vertical da cadeia produtiva. Além das altamente necessárias reformas estruturais.

Comments


SIA Quadra 5-C, Lote 17/18 Sala 211

​Brasília - DF

Copyright © 2024 - Instituto Democracia e Liberdade  -  CNPJ: 46.965.921/0001-90 - Confira os Termos de Uso e Condições

Vendas sujeitas à análise e confirmação de dados pela empresa.

Política de Entrega: Os produtos digitais são entregues eletronicamente e o acesso é liberado imediatamente após a confirmação do pagamento.
 

Política de Troca e Devolução: Devido à natureza dos produtos digitais, não aceitamos trocas ou devoluções, exceto em casos de falhas técnicas comprovadas.
 

Política de Reembolso: Reembolsos serão processados apenas em casos de duplicação de pagamento ou problemas técnicos que impeçam o acesso ao produto. O reembolso será creditado na mesma forma de pagamento utilizada.

bottom of page