Brasil fecha sede do X e se aproxima de China e Coreia do Norte
- Núcleo de Notícias
- 19 de ago. de 2024
- 2 min de leitura
Fechamento do escritório do X em São Paulo é resultado de ameaças feitas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirma plataforma

A enciclopédia virtual Wikipedia conta hoje em seu site principal em inglês uma página reservada para os países autoritários que aplicam censura total ao X/Twitter, incluindo aqueles que não contam mais com escritórios de representação com funcionários locais, como China, Coreia do Norte, Paquistão e Rússia.
Após receber ameaça de prisão e da aplicação de multa milionária, alegando desobediência de ordem judicial assinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), a diretora da rede social no Brasil, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição, anunciou que a empresa não mais irá manter sua sede em São Paulo, deixando o nossa nação mais perto dos regimes ditatoriais.
A decisão foi divulgada no perfil de Relações Governamentais Globais do X no último final de semana, depois que Moraes ampliou, sem aparente critério legal, a cobrança da penalidade para R$ 1,4 milhão ao dia pela manutenção do funcionamento de sete contas na plataforma adquirida por Elon Musk em 2022.
“Apesar de nossos inúmeros recursos ao Supremo Tribunal Federal não terem sido ouvidos, de o público brasileiro não ter sido informado sobre essas ordens e de nossa equipe brasileira não ter responsabilidade ou controle sobre o bloqueio de conteúdo em nossa plataforma, Moraes optou por ameaçar nossa equipe no Brasil em vez de respeitar a lei ou o devido processo legal”, relatou a executiva brasileira.
A reação da diretora ganhou imediata atenção do próprio Musk, que deu total suporte à saída do escritório brasileiro.
“Devido às exigências do “juiz” @Alexandre no Brasil que nos obrigariam a violar (em segredo) as leis brasileiras, argentinas, americanas e internacionais, o 𝕏 não tem escolha a não ser fechar nossas operações locais no Brasil. Ele (Moraes) é uma vergonha total para a justiça”, escreveu o empresário.
Reação à batalha governo vs. X
A presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, a deputada federal Carol de Toni (PL-SC), classificou a pressão exercida contra o X no Brasil como “persecutória”.
“Estamos cada vez mais distantes da liberdade e da democracia. A decisão judicial exibida pelo X, mostra que os nossos tribunais perseguem pessoas e enaltecem a censura. Que lástima”, lamentou a parlamentar, sem citar os principais alvos de Moraes: os jornalistas Allan do Santos, Oswaldo Eustáquio Filho (ambos exilados) e o senador Marcos do Val (Podemos-ES).
Já o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, João Brant, acusou o X de tomar uma medida “patética”.
“Atitude patética para uma empresa que controla esta plataforma com o tamanho que tem no Brasil”, descreveu Brant, deixando no ar uma possível exclusão do X, caso o ministro Alexandre de Moraes ordene a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
“Fecham o escritório para ‘proteger os funcionários’ (que não teriam qualquer risco se recebessem as intimações) e é muito provável que deixem de cumprir qualquer ordem judicial. Estão forçando um pênalti e tentando jogar no STF o ônus político de uma decisão que tem fundo comercial”, acrescentou o funcionário de Lula.
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