Campos Neto alerta sobre persistência da inflação e sinaliza possível aumento de juros

Presidente do Banco Central reafirma compromisso com a meta inflacionária, destacando a necessidade de vigilância contínua

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou na quarta-feira (26) que, embora os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto tenham apresentado uma ligeira melhora em relação aos números anteriores, a inflação ainda permanece uma preocupação significativa. Campos Neto reiterou que a instituição está disposta a adotar todas as medidas necessárias para cumprir a meta de inflação, não descartando a possibilidade de uma nova alta na taxa de juros.

Falando durante a 25ª Conferência Santander, Campos Neto ressaltou que o processo de desinflação no Brasil tem mostrado sinais de desaceleração, o que exige cautela. Ele mencionou que as inflações implícitas ainda geram desconforto e que há uma desancoragem nas expectativas inflacionárias, o que pode dificultar a tarefa do Banco Central em manter os preços sob controle.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na terça-feira que o IPCA-15 registrou um aumento de 0,19% em agosto, alinhado com as previsões do mercado. No acumulado de 12 meses, o índice atingiu 4,35%, próximo do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,50%. Apesar desse desempenho, Campos Neto enfatizou que os números ainda não são confortáveis o suficiente para descartar ajustes adicionais na política monetária.