Economista-chefe do BTG Pactual alerta para explosão da dívida pública no governo Lula
- Núcleo de Notícias
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Ex-secretário do Tesouro afirma que trajetória fiscal atual é insustentável e cobra ajuste urgente

O economista-chefe do BTG Pactual e ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta terça-feira (6) que o crescimento acelerado da dívida pública brasileira desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva representa uma anomalia econômica e fiscal. Para ele, sem a adoção urgente de um plano crível de ajuste fiscal, o Brasil enfrentará sérios riscos, como inadimplência da dívida ou o retorno de uma inflação descontrolada.
Durante um evento promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Mansueto destacou que os gastos públicos cresceram 12% em termos reais nos últimos dois anos, superando a expansão acumulada nos oito anos anteriores. Segundo suas projeções, o mandato de Lula deve encerrar com a dívida pública alcançando 84% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a uma elevação média superior a 3 pontos percentuais ao ano. “Crescimento de 3 pontos por ano não é normal”, afirmou o economista.
Mansueto também chamou atenção para o fato de que o Brasil está entre os países com os maiores déficits nominais do mundo, com 8,5% do PIB em 2024, aproximando-se de economias instáveis, como a Bolívia. Ele alertou que a desconfiança do mercado em relação à condução da política fiscal fez disparar o custo da dívida pública, com retornos reais de 7,5% acima da inflação, algo insustentável no médio prazo.
“O Brasil vai ter que fazer escolhas difíceis para controlar os gastos. A boa notícia é que, se isso for feito, a resposta da economia pode ser muito rápida”, declarou. Segundo ele, um esforço de consolidação fiscal abriria espaço para o Banco Central reduzir a taxa de juros, aliviando os custos financeiros e incentivando o crescimento econômico.
As declarações de Mansueto reforçam as preocupações do mercado com o desequilíbrio das contas públicas no atual governo, que tem priorizado o aumento de gastos e rejeitado cortes estruturais.
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