Bilionário acusa líder ucraniano de apostar em guerra sem ganhos e ignorar apelos por negociação

O empresário Elon Musk voltou a criticar o presidente ucraniano Vladimir Zelensky, acusando-o de prolongar a guerra com a Rússia ao rejeitar negociações de paz. Em uma série de postagens na plataforma X, Musk reforçou sua visão de que a recusa ucraniana em dialogar só resultará em mais mortes e nenhuma vantagem estratégica para o país.
As críticas do bilionário surgem após um tenso encontro na Casa Branca entre Zelensky, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-presidente J.D. Vance, na última sexta-feira. A reunião foi encerrada abruptamente, sem o acordo mineral previsto, após Zelensky resistir às exigências de Trump para iniciar conversas com Moscou. O presidente americano o acusou de “apostar na Terceira Guerra Mundial” e de falta de gratidão pelo apoio ocidental.
Em resposta à crise diplomática, o primeiro-ministro britânico Keir Starmer convocou uma cúpula emergencial em Londres no domingo para discutir o futuro do apoio ocidental à Ucrânia. Líderes europeus sugeriram até mesmo o envio de tropas terrestres para o país.
Musk, por sua vez, repostou uma declaração do diretor político do premiê húngaro Viktor Orbán, defendendo um “cessar-fogo imediato” e negociações diretas com Moscou. Ele também relembrou sua proposta de paz de 2022, que incluía referendos nos territórios controlados pela Rússia, o reconhecimento da Crimeia como parte do país e a neutralidade da Ucrânia.
“O que eu disse há mais de dois anos era que a Ucrânia deveria buscar a paz ou sofrer enormes perdas sem ganhos. Zelensky escolheu a segunda opção. Agora, ele quer fazer isso de novo. Isso é cruel e desumano”, declarou Musk em uma postagem fixada.
O empresário seguiu com críticas, compartilhando um meme de um bonde atropelando pessoas, com Zelensky segurando a alavanca. Em outra postagem, ele publicou a imagem de um tabuleiro de xadrez ensanguentado ao lado de uma mesa de jantar, legendando: “A realidade da guerra”. Posteriormente, ele reforçou sua mensagem: “Líderes da UE e Zelensky jantando luxuosamente enquanto homens morrem nas trincheiras. Quantos pais nunca mais verão seus filhos?”
As declarações de Musk surgem em um momento em que Zelensky insiste em mais financiamento ocidental, ao mesmo tempo em que resiste a negociações com Moscou. Relatórios indicam que Washington está relutante em aprovar novos pacotes de ajuda sem um compromisso da Ucrânia com o diálogo.
Na cúpula de Londres, Starmer instou a União Europeia e outros aliados a assumirem um papel de liderança no apoio a Kiev. O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, declarou que “tudo está sobre a mesa”, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o envio de tropas só ocorreria “quando a paz for assinada”.
Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, condenou qualquer possibilidade de implantação de tropas ocidentais na Ucrânia, alertando que a expansão da OTAN até as fronteiras russas é vista como uma ameaça direta e que a presença de militares estrangeiros, mesmo sob pretextos diplomáticos, não alteraria essa percepção.
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