Declaração de Lula à emissora de rádio ratifica intenção de pressionar o Banco Central para reduzir os juros

Dificilmente o sucessor de Roberto Campos Neto irá se livrar da forte pressão exercida pelo presidente de república - e outros integrantes do governo - para reduzir a Selic, atualmente definida pelo Banco Central em 10,50% ao ano.
A especulação sobre uma eventual interferência não pode ser descartada, após o chefe do Executivo declarar que irá trocar o comando do BC no início de 2025, com com a expectativa de que “os juros irão baixar”.
"Vamos trocar o Banco Central, trabalho com a expectativa de que a taxa de juros comece a cair. Espero que a taxa de juros do banco central americano comece a cair para que a gente possa ter mais tranquilidade”, declarou Lula em entrevista à rádio Gaúcha, em Porto Alegre.
Ao ser perguntado se o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será substituído pelo diretor de Política Monetária da entidade, Gabriel Galípolo, o petista desconversou.
"Não sei se é o Galípolo, eu sei é que eu tenho direito de indicar agora o presidente do BC e mais alguns diretores, pretendo antes de indicar conversar com o presidente do Senado com o presidente da Comissão para que as pessoas a serem indicadas sejam votadas logo para que não fique sofrendo desgaste de especulação politica durante meses”, declarou Lula.
Vale lembrar que a mais recente ata divulgada pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) alertou para um possível aumento da Selic, caso a meta da inflação corra risco de não ser atingida.
O Copom destacou no comunicado que “eventuais ajustes futuros na Selic” poderão ser anunciados e que eles "serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta".
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