Sindicato ligado ao irmão de Lula multiplica receita em 414% com descontos de aposentados
- Núcleo de Notícias
- 30 de abr.
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Arrecadação do Sindnapi disparou nos últimos 5 anos, com suspeita de irregularidades em descontos diretos nos benefícios do INSS

O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva — o Frei Chico, irmão mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, teve sua receita turbinada por meio de descontos aplicados diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas. Segundo dados da Polícia Federal, a arrecadação da entidade cresceu impressionantes 414% entre 2019 e 2024, atingindo R$ 90,5 milhões apenas em 2023.
A entidade, uma das 11 atualmente investigadas pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), é suspeita de envolvimento em um esquema que aplicava descontos indevidos diretamente na folha de pagamento do INSS. Só nos primeiros três meses de 2024, o Sindnapi já havia arrecadado R$ 26 milhões, com base em descontos automáticos sobre os benefícios de mais de 300 mil aposentados, de acordo com registros oficiais do próprio INSS.
Mesmo com o salto exponencial de receita e o envolvimento em uma operação federal, o sindicato não se manifestou sobre os novos dados. Em nota divulgada anteriormente, o Sindnapi declarou apoiar as investigações e defendeu que uma apuração “séria e transparente” é essencial para corrigir possíveis falhas. O sindicato, que afirma prestar serviços como cooperativa de crédito, convênios médicos, turismo e lazer, agora precisa lidar com a crescente desconfiança pública.
Frei Chico, por sua vez, tentou se desvincular do escândalo ao afirmar que seu sindicato “já foi auditado” e que está “tranquilo”. Em entrevista, o irmão de Lula declarou esperar que a Polícia Federal investigue “toda a sacanagem que tem” no INSS, ao mesmo tempo em que fez críticas veladas a outras entidades envolvidas, classificando-as como “picaretas”.
O escândalo dos descontos indevidos já revelou prejuízos da ordem de R$ 6,3 bilhões aos aposentados e pensionistas, além de abalar ainda mais o governo Lula, que vê o caso atingir figuras próximas ao presidente, tanto no campo político quanto no familiar. A ampla dimensão do esquema, somada ao envolvimento de entidades com vínculos diretos com o núcleo do poder, aprofunda a crise de confiança no sistema previdenciário brasileiro.
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