Texto da PEC é criticado pelo sindicato dos funcionários do BC, que chamam Roberto Campos Neto de "arrogante"

Roberto Campos Neto - Agência Brasil/EBC
O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) se transformou em um aliado de última hora do governo Lula contra a autonomia do Banco Central defendida pelo presidente da entidade, Roberto Campos Neto. A Lei Complementar 179, que garante mandato fixo de quatro anos para o dirigente do BC, foi aprovada em fevereiro de 2021, na gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Os sindicalistas emitiram nesta semana uma nota de repúdio contra o texto da PEC 65, de autoria do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), que pretende transformar o Banco Central em uma empresa pública, o que ampliaria a autonomia da entidade. A medida conta com apoio de Campos Neto para ser aprovada.
“O sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central entende que o texto foi escrito às pressas, sem o estudo prévio necessário e sem qualquer diálogo prévio com os servidores da Casa. O Sinal não aceita a imposição e a arrogância do sr. Roberto Campos Neto e seu texto mal formulado para atender a interesses particulares”.
PEC de autonomia do BC ainda tramita na CCJ
Para ser votada em plenário, a proposta de emenda à constituição ainda aguarda o parecer do relator da matéria na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), o senador Plínio Valério (PSDB-AM).
“Nossa proposta visa garantir a plena execução das atividades do Banco Central e prevê a gestão de recursos para que atividades relevantes para a sociedade sejam executadas sem constrangimentos financeiros, tanto para a instituição quanto para o Tesouro Nacional”, explicou o autor da PEC, Vanderlan Cardoso.
A matéria está disponível no site do Senado Federal e recebeu até o momento 98 votos contrários em pesquisa online.
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